Nutrição funcional: o que é?

porDaniela Ramalho

Nutrição funcional: o que é?

Hoje em dia, temos visto crescer na mídia alguns termos relacionados à nutrição como se ela fosse segmentada. Na verdade, a nutrição é uma ciência única, com diferentes abordagens.

Na nutrição funcional, o objetivo é olhar o indivíduo como um todo levando em consideração informações do código genético somado ao estilo de vida, que é capaz de interferir nesses genes e modificar toda uma resposta metabólica.

A avaliação do indivíduo engloba informações de várias etapas desde o início da vida. Esses dados auxiliam na busca pela causa do problema relatado. De acordo com o que é dito, é possível fazer uma associação com deficiências de micronutrientes (vitaminas e minerais) por exemplo, que podem ser dosados, e que, uma vez repostos dada a necessidade, alteram algumas funções metabólicas e reorganizam o indivíduo. Um outro exemplo de avaliação que pode ser realizada é a associação do consumo de alguns alimentos com hipersensibilidades (alergias tardias), entre outros. Dessa forma, trabalha-se tanto na prevenção quanto no tratamento das patologias.

Tratar um SINTOMA, não significa resolver o problema. Resolver o problema significa não TER mais a CAUSA do problema.

Na consulta, é utilizada como ferramenta, a Teia da Nutrição Funcional (figura abaixo) que nos permite ter uma visão ampla do que está acontecendo com o indivíduo. Preenchemos cada ponto levando em consideração os antecedentes, gatilhos e mediadores, escolhendo alguns sistemas para iniciarmos a conduta.

Mas o que seria isso?

Os antecedentes são informações da história de vida do paciente como tipo de parto, intercorrências nos primeiros anos de vida, como foi a introdução alimentar, hábitos alimentares e de vida, história de doenças na família, entre outras.

Os gatilhos são os fatores que desencadearam o problema que o indivíduo relata. Pode ser causa emocional, estresse, doença viral ou bacteriana, etc. Eles podem ser capazes de ativar determinados genes, modificando a resposta metabólica.

Os mediadores são as substâncias geradas a partir dos gatilhos que efetivamente levam aos sintomas. Podem ser hormônios, radicais livres, entre outros.

Levando todas essas questões em consideração é estipulado um plano alimentar visando correções nesses sistemas. Os alimentos são escolhidos de acordo com os componentes bioativos e micronutrientes específicos para cada caso. Há uma preocupação com macronutrientes, mas o que direciona o plano alimentar não são as calorias, e sim, os alimentos que, por conta de sua composição, terão uma melhor resposta metabólica para aquela situação.

Para a correção de hábitos alimentares muitas técnicas podem ser utilizadas de acordo com o perfil de cada um. Ter atenção plena no momento da alimentação é fundamental para perceber os sinais que o corpo envia frente a cada alimento ingerido. Essa é uma prática que vem se perdendo ao longo do tempo. Hoje em dia, a maioria das pessoas se alimentam muito rápido, muitas vezes na companhia do celular, perdendo o foco do que é realmente importante nesse momento. Portanto, somente a entrega do plano alimentar não resolve o problema. A avaliação e conduta vão muito além e o impacto, por menor que seja, é imenso nos resultados.

Não existe uma solução para todos – existe uma conduta para aquele indivíduo: se trata de uma pessoa, com sentimentos, emoções, com uma história de vida e não apenas a doença.

 

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Daniela Ramalho administrator

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