Quando se fala em alimentação durante a infância, muitas são as dúvidas que rondam a cabeça dos pais. É um período que depende de vários fatores: alimentação da mãe durante a gestação, introdução alimentar, alimentação da família, hábitos culturais, influência da escola, etc.
Alguns pontos devem ser observados e ponderados.
A primeira pergunta é: Qual modelo de alimentação seu filho está recebendo? Como é a alimentação da família? É uma alimentação com alimentos mais naturais ou mais industrializados?
*Os industrializados de uma maneira geral possuem muitos aditivos químicos, como conservantes, corantes que alteram a microbiota intestinal e estão associados à distúrbios comportamentais, cada vez mais frequentes nas crianças. Além disso, junto com o açúcar e a gordura, modificam o paladar, fazendo com que fiquem mais saborosos, dificultando a aceitação do sabor dos alimentos naturais, como as frutas, por exemplo.
* As cores, conferidas pelos corantes artificiais presentes nesses produtos, deixam o alimento mais atrativo para as crianças e não podemos esquecer que o visual é um sentido importante na alimentação. Mais uma arma usada pela indústria para atrair nossos pequenos.
* Se a criança já está viciada em algum produto é porque foi apresentada. As crianças não escolhem o que tem em casa. Quem faz as compras são os pais. As crianças devem escolher o que querem dentro das opções que os pais disponibilizam e é nesse momento que os pais têm total responsabilidade na alimentação das crianças. A preocupação com a qualidade deve ser maior do que a preocupação com quantidade.
A família consome frutas, legumes e verduras variados ao longo do dia?
- Frutas, verduras e legumes possuem nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. Muitas das doenças se iniciam por falta de nutrientes para o bom funcionamento das nossas células.
- A criança deve ter o hábito de ingerir pelo menos 3 frutas ao dia. E aqui vale um recado, o melhor é oferecer a fruta in natura, para que a criança entre em contato com diferentes texturas e aproveite as fibras. A fruta é completa em seus componentes, como vitaminas, minerais e fibras.
- O suco in natura não deve ser oferecido no primeiro ano de vida. Após o primeiro ano, em quantidades adequadas, pode ser ofertado, porém sempre lembrando que não confere as mesmas características que a fruta in natura.
- Suco de caixinha não é uma boa opção. A maioria não tem 100% da fruta, além de terem aditivos químicos em sua composição e adição de açúcar, o que também vicia o paladar das crianças para o sabor mais doce, dificultando a aceitação do sabor natural da fruta.
- Prefira sempre que possível, ofertar alimentos orgânicos, pois o Brasil é um dos países com maior carga de agrotóxicos, que têm efeitos desastrosos para a saúde.
Como é a dinâmica alimentar da família?
- É importante a família criar o hábito de fazer as refeições juntos. Hoje em dia é muito comum cada um comer em um horário e local da casa diferente. Escolha um horário em que todos estejam em casa – pelo menos uma refeição ao dia deve ser feita em família. Ter um ambiente descontraído e feliz fará com que a criança goste desse momento e associe o ato de comer à um momento prazeroso.
- Essa prática possibilita que a criança veja e se interesse pelo que os adultos estão colocando no prato. A tendência é ela ter curiosidade em comer o que os pais comem.
- É preciso criar uma rotina de horário para as refeições, respeitando também a fome da criança. Algumas crianças têm uma necessidade fisiológica de se alimentar de 3 em 3 horas, outras, precisam de um tempinho maior para sentirem fome. Isso faz com que a criança coma melhor e com menos estresse.
Respeite sinais de fome e saciedade da criança.
- É muito comum os cuidadores quererem que as crianças “raspem o prato”. Nem sempre a quantidade de comida escolhida é a quantidade necessária para a sua criança. Todos nós comemos quantidades diferentes, cada organismo é um organismo.
- A criança nasce com o centro de fome e saciedade muito bem regulado Quando está em aleitamento materno, não sabemos o quanto de leite a criança está ingerindo, mas confiamos, normalmente. Por que então, quando a criança começa a comer, perdemos essa confiança? Desregular esse processo só faz com que tenhamos mais chances de problemas futuros, como ganho de peso inadequado, compulsão alimentar, entre outros já descritos em literatura.
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