Categoria Nutrição

porKarina Delogu

Xenobióticos: o que são e quais suas consequências no nosso organismo?

Xenobióticos e suporte nutricional aos sistemas de destoxificação.

Alguns componentes de medicamentos, produtos químicos utilizados no trabalho, aditivos alimentares ou subprodutos industriais possuem substâncias tóxicas que podem ser ingeridas, inaladas ou absorvidas pela pele.

Essas substâncias interferem no nosso metabolismo e são denominados xenobióticos (XENO=estranho; BIO=vida). Estes agentes tóxicos são componentes químicos capazes de causar danos a um sistema biológico, alterando seriamente uma função ou levando-o à morte, dependendo da exposição. Uma substância dessa, por exemplo, pode se ligar à um receptor hormonal, fazendo com que o hormônio não seja capaz de exercer sua função como deveria, pois o receptor está ocupado com outra substância. À longo prazo, estão associadas à doenças auto-imunes, dificuldades no processo reprodutivo, distúrbios endócrinos, entre outros.

Devemos também levar em consideração a carga toxica, onde a ação combinada dos diferentes compostos tóxicos no organismo é maior que a ação individual, levando à um “sinergismos entre os compostos”, causando danos ainda maiores.

O organismo tem mecanismos de biotransformação em todas suas células, ou seja, ele é capaz de transformar tais substâncias para diminuir os danos. O fígado é o principal local responsável por essa função no organismo humano. Isso se deve ao fato dele ter também como função processar os xenobióticos, inativando-os e excretando.

Para o fígado realizar a biotransformação dessas substâncias, duas fases são necessárias: fase I (transformação: diminui a toxicidade) e fase II (conjugação: responsável pela excreção).

Estudos nos permitem afirmar que o suporte nutricional tem total importância nos sistemas de destoxificação, ligada a própria bioquímica de sistema de biotransformação.

A maioria das reações de oxidação é catalisada pelo citocromo P450 (P450 ou CYP), que consiste em uma família de enzimas. Para formar o citocromo P450 vários nutrientes são necessários, como cobre, zinco, vitamina A, riboflavina, piridoxina, acido fólico e vitamina B12, além do ferro. Ao longo do processo que envolve as fases I e II, além das vitaminas e minerais citados anteriormente, alguns aminoácidos e fitoquímicos presentes nos alimentos também fazem parte do processo.

Na imagem abaixo, podemos visualizar quais são os nutrientes necessários para a realização de cada etapa.

De um modo geral, o consumo dietético de frutas e verduras é reconhecido como fundamental, por conterem componentes específicos para realização dessas etapas, levando à manutenção, prevenção e tratamento de diversos tipos de patologia não transmissíveis.

Alguns exemplos de alimentos que auxiliam são: cacau, brócolis, couve-flor, açafrão da terra, gengibre, temperos naturais que possuem uma carga alta de fitoquímicos, entre outros. Alguns chás também auxiliam muito nesse processo, porém, uma avaliação individualizada deve ser feita, pois alguns chás não são indicados em determinadas desordens.

A conservação e manutenção do organismo humano em um estado favorável a vida é conseguida através de controles, alguns destes muito sensíveis, respondendo as mínimas variações, de modo a conservar, equilibrar e regular a funcionalidade ideal do sistema biológico.

Tudo o que ingerimos tem um destino no nosso organismo. Vamos valorizar nossas escolhas alimentares diárias! Elas são cruciais para termos mais saúde! Pensem nisso!

porDaniela Ramalho

Hábitos alimentares saudáveis na infância

Quando se fala em alimentação durante a infância, muitas são as dúvidas que rondam a cabeça dos pais. É um período que depende de vários fatores: alimentação da mãe durante a gestação, introdução alimentar, alimentação da família, hábitos culturais, influência da escola, etc.

Alguns pontos devem ser observados e ponderados.

A primeira pergunta é: Qual modelo de alimentação seu filho está recebendo? Como é a alimentação da família? É uma alimentação com alimentos mais naturais ou mais industrializados?

*Os industrializados de uma maneira geral possuem muitos aditivos químicos, como conservantes, corantes que alteram a microbiota intestinal e estão associados à distúrbios comportamentais, cada vez mais frequentes nas crianças. Além disso, junto com o açúcar e a gordura, modificam o paladar, fazendo com que fiquem mais saborosos, dificultando a aceitação do sabor dos alimentos naturais, como as frutas, por exemplo.

* As cores, conferidas pelos corantes artificiais presentes nesses produtos, deixam o alimento mais atrativo para as crianças e não podemos esquecer que o visual é um sentido importante na alimentação. Mais uma arma usada pela indústria para atrair nossos pequenos.

* Se a criança já está viciada em algum produto é porque foi apresentada. As crianças não escolhem o que tem em casa. Quem faz as compras são os pais. As crianças devem escolher o que querem dentro das opções que os pais disponibilizam e é nesse momento que os pais têm total responsabilidade na alimentação das crianças. A preocupação com a qualidade deve ser maior do que a preocupação com quantidade.

A família consome frutas, legumes e verduras variados ao longo do dia?

  • Frutas, verduras e legumes possuem nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. Muitas das doenças se iniciam por falta de nutrientes para o bom funcionamento das nossas células.
  • A criança deve ter o hábito de ingerir pelo menos 3 frutas ao dia. E aqui vale um recado, o melhor é oferecer a fruta in natura, para que a criança entre em contato com diferentes texturas e aproveite as fibras. A fruta é completa em seus componentes, como vitaminas, minerais e fibras.
  • O suco in natura não deve ser oferecido no primeiro ano de vida. Após o primeiro ano, em quantidades adequadas, pode ser ofertado, porém sempre lembrando que não confere as mesmas características que a fruta in natura.
  • Suco de caixinha não é uma boa opção. A maioria não tem 100% da fruta, além de terem aditivos químicos em sua composição e adição de açúcar, o que também vicia o paladar das crianças para o sabor mais doce, dificultando a aceitação do sabor natural da fruta.
  • Prefira sempre que possível, ofertar alimentos orgânicos, pois o Brasil é um dos países com maior carga de agrotóxicos, que têm efeitos desastrosos para a saúde.

Como é a dinâmica alimentar da família?

  • É importante a família criar o hábito de fazer as refeições juntos. Hoje em dia é muito comum cada um comer em um horário e local da casa diferente. Escolha um horário em que todos estejam em casa – pelo menos uma refeição ao dia deve ser feita em família. Ter um ambiente descontraído e feliz fará com que a criança goste desse momento e associe o ato de comer à um momento prazeroso.
  • Essa prática possibilita que a criança veja e se interesse pelo que os adultos estão colocando no prato. A tendência é ela ter curiosidade em comer o que os pais comem.
  • É preciso criar uma rotina de horário para as refeições, respeitando também a fome da criança. Algumas crianças têm uma necessidade fisiológica de se alimentar de 3 em 3 horas, outras, precisam de um tempinho maior para sentirem fome. Isso faz com que a criança coma melhor e com menos estresse.

Respeite sinais de fome e saciedade da criança.

  • É muito comum os cuidadores quererem que as crianças “raspem o prato”. Nem sempre a quantidade de comida escolhida é a quantidade necessária para a sua criança. Todos nós comemos quantidades diferentes, cada organismo é um organismo.
  • A criança nasce com o centro de fome e saciedade muito bem regulado Quando está em aleitamento materno, não sabemos o quanto de leite a criança está ingerindo, mas confiamos, normalmente. Por que então, quando a criança começa a comer, perdemos essa confiança? Desregular esse processo só faz com que tenhamos mais chances de problemas futuros, como ganho de peso inadequado, compulsão alimentar, entre outros já descritos em literatura.

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